sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Crescimento

Tem coisas que escutamos na infância e juventude e pensamos... "gente! Isso não faz sentido nenhum!". Mas, com o passar dos anos aquilo toma forma e praticamente se desenha na tua frente, fazendo com que, algo sem sentido algum, fizesse total sentido! Apenas, não estávamos maduros (ou preparados) para entender aquela complexidade. Com certeza, coisas que escutei na minha infância e adolescência (ditados, músicas e frases da minha mãe) hoje, sou mãe fazem muito mais sentido. 

Tem uma que li num livro de língua Portuguesa que era "ser mãe é padecer no paraíso"! Tem algo mais contraditório do que isso?! Até tem, mas no universo materno é muito real! 😂Pense na porção de saias justas que a gente passa! Imagina o tanto de coisa que temos que explicar e ouvir com cara de paisagem! Sim, porque para manter a conexão e o diálogo com a criança que futuramente será adolescente, essa é a cara padrão para conseguir falar sobre todos os assuntos possíveis. Até os mais dolorosos.

Minha mãe é catedrática, essa frase o Manuel Jesus diria que veio direto de algum livro do Machado de Assis tamanho o cheiro de mofo! Mas sim, minha mãe era catedrática na cara de paisagem! Ela escutava toda sorte de abobrinhas e histórias e relatos que eu lhe contava quando adolescente. Eu contava tudo que me acontecia com mínimos detalhes! Falava sobre meus sentimentos e também comentava sobre as coisas que minhas amigas faziam, dos namoros, das aulas que eram matadas, enfim... E ela escutava pacientemente! Sempre perguntava se eram mesmo as minhas amigas que estavam matando aula, se eu não estava junto, se eram mesmo só elas que estavam namorando. Na voz dela não tinha repreensão. E isso me deixava tranquila para falar sem medo. Hoje percebo, em tempos que muitos filhos estão conversando só com chats de inteligencias artificiais, ou com pessoas desconhecidas através da tela, o quanto a abertura que ela me deu me protegeu de muitas coisas. Coisas que sei, muitas amigas minhas passaram, e que o olhar experiente da minha mãe me alertava quando eu, despretenciosamente, contava do meu dia a dia. E por isso sempre contei os acontecimentos do dia. 

Com a minha filha passei alguns momentos de nó na garganta. Nó que tive que engolir e digerir para poder passar para ela todo o meu amor ao explicar e responder suas dúvidas sobre seu genitor. A primeira vez ela me falou meio triste que "ela não tinha pai". Minha vontade inicial foi "é tu não tens pai mesmo!", mas esse impeto passou e respondi que ela tinha sim. Que ele estava longe, disse como é o nome dele e falei que quando ela estava na minha barriga a gente não estava mais namorando, que ele sabia do nascimento dela e quando pudesse vê-la viria. Confesso que falei tudo isso com os olhos cheios d'água e as lágrimas rolaram quando ela falou: "Mamãe, um dia ele vai bater na janela, a gente vai abrir a porta e ele vai me abraçar e dizer que saudade minha filha!". É, foi difícil! Mas consegui segurar o choro descompensado, porque sempre penso nas possíveis perguntas que ela vai me fazer e vou congecturando as maneiras que poderei responder, de forma que ela não se sinta rejeitada. 

São momentos delicados, que me fazem entender aquele ditado lá de cima. Porque a única certeza que tive quando me tornei mãe, quando soube que estava grávida é que eu amava aquele serzinho que eu nunca tinha visto neste plano. As dificuldades que podem surgir serão superadas na força do amor! Fui e sou muito amada e aqui neste meu peito tem muito amor e farei tudo o que puder para que a minha filha se sinta a criança mais amada deste mundo! 

sexta-feira, 25 de julho de 2025

Voltei!!!!!

 Faz tanto tempo que coloquei este título aqui e nunca mais. Voltei, mas não voltei! 😂 

Na verdade, na minha mente eu tinha escrito um texto curtinho falando que me comprometia a escrever alguma coisa por aqui, nem que fosse uma vez por mês. Isso foi em janeiro... 

Mas agora estou aqui, bem feliz em perceber o quanto estou bem, indo a academia pelo menos 3 vezes na semana, comendo certo pelo menos 80% do tempo, dormindo um pouco mais cedo, um pouco mais tarde, acordando mais cedo ou mais tarde dependendo da hora que fui dormir.

Feliz mesmo em ver o desenvolvimento da Milla! A aprendizagem, o relacionamento interpessoal, as habilidades! Faz dois dias que ela está se vestindo sozinha, colocando a roupa e as meias! Sim, as meias! Para a maioria das mães talvez isso seja uma bobagem, afinal de contas, com quase quatro anos de idade nada mais normal do que a criança se vestir sozinha. As roupas meio tortas, as vezes do avesso ou a parte de trás para a frente, isso faz parte do desenvolvimento e do aprendizado da criança. Mas para crianças atípicas ou com alguma deficiência estes marcos são ainda mais importantes quando superados ou atingidos. E nós, da minha família, sempre comemoramos todas as conquistas dos bebês que convivemos. Sejam as mais banais. Como não ficaríamos felizes em ver os nossos afetos mais queridos conquistando sua autonomia?!

Para quem não sabe a Milla nasceu com uma agenesia no braço esquerdo, então ela não tem a mãozinha e um pedacinho do braço. Por isso, que ela se vestir sozinha me causou tanta emoção! 

Tu já tentou vestir a meia no teu pé apenas com uma mão???? Tenta e me conta como foi a dificuldade.

Ela consegue calçar as meias sozinha! E isso me enche de felicidade! Apesar de eu ficar metade do tempo me perguntando se tô fazendo alguma coisa errada, e na outra metade não saber direito o que fazer, ver que ela tem autonomia para se vestir e tem personalidade pra dizer o que quer e o que não quer, me faz até achar que tô fazendo as coisas certas.  

E a vida é isso aí né?! A gente erra e acerta! 

Não vou prometer escrever toda semana porque meu tempo é regido pela Milla. A gente brinca, faz atividades, joga, monta quebra cabeça, dança, canta e neste tempo eu fico sem celular. Algumas vezes até me arrependo porque não tirei foto daqueles momentos e tal, mas estar presente 100% com ela, não ter a distração das notificações, torna aquele momento especial pra nós duas. Não é fácil estar sem celular num mundo completamente dependente dele. Tampouco é fácil manter uma criança ativa sem celular, quando quase todos a volta, incluindo crianças, estão no celular ao invés de estarem brincando. Mas eu sempre fui um pouco do contra! Tô aqui, lutando, loqueando, me escabelando, mas ouvir um te amo antes de dormir compensa. 

Confesso que não sei se este texto ficou com nexo ou sentido, mas é o sentimento do momento, o fluxo que veio no pensamento. Se não conseguirem acompanhar façam um comentário. Mas não me xinguem, quem me conhece sabe que desaforo também não aguento. 😂 Agora sério, depois de tanto tempo sem escrever, deixei o coração falar. Espero que chegue ao coração de todos aqueles que lerem essas mal traçadas linhas. 😘💛

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Dia 9 - Sugestões de leitura!

 Para ser um bom escritor precisa ser bom leitor! Desta forma seguimos na tentativa de colocar a leitura em dia e variar sempre os autores, os tipos de temas e por aí. É engraçado que sou considerada por muitos uma chata, muito série. E meu autor favorito é um gênio do realismo fantástico chamado Gabriel García Marquez! Vou contar-lhes porque o realismo fantástico do Gabo me pega tanto. É porque as histórias dele são tão loucas que acabam sendo plausíveis!

Amo também ler Jorge Amado e toda a sua baianidade! Adoro a forma como ele conta histórias, como mostra os recantos da Bahia, como mostra os Orixás do candomblé. 

Minhas autoras favoritas são Zélia Gattai e Isabel Allende! Suas histórias tem um fundo autobiográfico que enriquecem os contos. Sou completamente fã. Comecei a ler a Zélia com o livro Crônicas de uma namorada. Depois fui buscando outros! Anarquistas Graças a Deus é maravilhoso, demorei muito a encontrar o livro para comprar, mas quando comecei a leitura devorei o livro rapidinho!

Isabel é muito famosa por livros como Paula e a Casa dos Espíritos. Mas o livro que mais me surpreendeu foi a Cidade das Feras, o primeiro da trilogia infantojuvenil, as aventuras da águia e do jaguar, que tem como tema a história de feras gigantes. Vale muito a pena a leitura!

terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

DIA 8 - Receita para escrever quando não tenho inspiração

 Sempre que me falta inspiração volto para acontecimentos de infância! Nas minhas memórias sempre tem muita coisa que rende histórias maravilhosas! É engraçado porque hoje não sei ao certo se as memórias que tenho são acontecimentos reais ou criações da minha imaginação. 

É muito bom ter a oportunidade de trazer a tona as memórias infantis repletas de fantasias! Espero que a Milla tenha tantas boas lembranças misturadas com fantasias como eu tenho. Para isto estou lendo bastante livrinhos de histórias, brincando de boneca, fazendo comidinhas e bolos de faz de conta, fazendo refeições junto com ela e passando o máximo de tempo possível junto com ela. E quando digo tempo, falo de tempo de qualidade mesmo, deixando o celular de lado. Isso é bom por estarmos completamente presentes no momentos, mas também acaba que não registro os momentos em algumas vezes. 

São as escolhas que fazemos e prefiro estar com ela cem por cento dando atenção completa. 

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

Dia 7 - escritaatividade - Violência contra mulher

Embora tenha me comprometido a escrever aqui  por 30 dias seguidos, acabei ficando alguns dias sem aparecer por aqui. Devo isso aos feriados, o que me faz ficar mais tempo com minha filhinha e pegar celular ou notebook é difícil, justamente porque não quero que ela use celular agora.

O exercício do dia 7 é escrever um texto que estamos porstergando há algum tempo! O tema que tenho deixado para depois é  sobre o meu primeiro contato com a violência doméstica. Essa história me assombra desde a infância porque a vítima da agressão foi uma menina que tinha a mesma idade que eu. Não lembro o nome dela! Conheci minha amiguinha na casa da vó Didi, uma vizinha que eu tive. Ela tinha uma chácara pra fora, para onde eu ia nas férias. A casa dela era em Piratini, num distrito chamado de Cruz de Pedra. Apesar de ter vivido a "vida toda" na cidade, ir para lá nos finais de semana e férias  era tudo de bom! Isso que lá não tinha luz, nem televisão! O máximo de tecnologia era um radinho de pilha, o qual eu ficava escutando por horas debaixo de uma árvore, deitada num pelego de ovelha. Dias mais pacatos impossível.

Fazíamos muitos passeios nas casas dos vizinhos quando estávamos com a vó Didi. Outros vizinhos vinham a casa dela, traziam frangos, verduras, enfim... a política da boa vizinhança era algo muito presente naquela época! A distante década de 80! 

Chegamos a ir na casa desta guriazinha numa visita. Dona Didi não havia nos alertado sobre as pessoas daquela casa, mas ao chegarmos percebemos que a coisa era tensa. Minha nova amiguinha tinha uma cicatriz enorme no rosto, do lado esquerdo! E quando digo enorme é porque realmente era muito grande. Ia de debaixo do olho até os lábios! Era uma meia lua que destoava do rosto delicado da menininha de olhos azuis. Depois do choque e já de volta a casa da vó Didi ela nos contou das atitudes terríveis de um dos homens daquela casa! Ela nos contou que o cara era muito violento e mau quando bebi! Ele queimava a mulher (que era mãe da menina! Eu não lembro se eles eram casados ou se eram irmãos!) e fez aquela cicatriz na menina por pura maldade. 

Confesso que fiquei com muito medo daquele homem! E me compadeci demais daquela menina! Não sei se por muita doideira da minha cabeça eu misturei o rostinho desta minha amiguinha com o do menino chorando no quadro! Sabem, aquele quadro dos anos oitenta que diziam que tinha uma maldição?! Outro dia conto sobre essa história do quadro. Por hoje, minha escrita é sobre este caso terrível que ficou guardado no meu subconsciente por muitos e muitos anos, sobre o qual nunca falei com ninguém. Nem sei direito o que senti, ou melhor, senti muito medo! Queria que minha amiguinha ficasse bem, longe daquele cara que batia nas mulheres! Não faço ideia do que aconteceu àquela  família! Mas elas estão nas minhas lembranças! Desejo de coração que estejam todas bem hoje em dia!

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

Dia 6 - combate a procrastinação

Minha forma de procrastinação favorita é assistir séries, mas, como disse, ter um bebê não permite que procrastine muito. Porque quando não estou cuidando da casa ou trabalhando, estou cuidando da minha filha. De noite tento fazer tudo que gostaria de fazer, ler, assistir série, filmes, novelas, dormir. hahaha 

Também tem a parte que gostaria de voltar aos exercícios físicos, mas... ainda não rolou. 

Procrastinação saudável para mim seria ler ou fazer exercícios. Talvez eu chegue aí algum dia. Por hoje a procrastinação fica por conta da necessidade de esvaziar a  mente e descansar o corpo.

Quando fico no instagram ou no facebook sinto que perdi tempo. Essa forma de procrastinação me deixa meio pra baixo. Mas como tento deixar a Milla livre das telas tenho usado o celular muito pouco. Agora é tentar colocar em prática a escrita criativa e a leitura em dia. 

Atualmente criminal minds é minha maratona atual. Depois de assistir 24 temporadas de Lei e ordem, com a maravilhosa Olívia Benson. A leitura atual é um compilado de contos do meu dindo Vanderlei Petiz e "1968- o que fizemos de nós", do Zuenir Ventura. Tem forma melhor de procrastinar?? Qual a tua?

 #escritatividade #lura10dias

quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Dia 5 - gerenciamento de tempo para escrita

 Vamos começar falando bem sério?! Com uma bebê de dois anos e dois meses, que ainda mama, ter tempo sobrando é bem difícil. Tentei escrever pela manhã, enquanto ela ainda dormia, alguns dias deu certo, mas noutros não! Pensei em escrever a noite, depois que ela dormisse e também não deu muito certo. hahaha 

Então a opção é escrever quando é possível! Desta forma fico sem a pressão de ter que escrever. Outra coisa que ajuda é não colocar a escrita como uma obrigação. Escrever um diário é ótimo, ajuda a compreender sentimentos e organizar ideias. E saber que para fazer isto precisamos de um tempo para leitura, pesquisa e escrita é fundamental. Para tal pretendo colocar na minha agenda um tempinho, mesmo que mínimo para escrever, mesmo que não publique diariamente. 

Então é isso. Dia 5 de exercícios de escrita. Cheguei a metade do curso, mesmo fora do tempo, mesmo que os dez dias acabem se tornando 15 ou 20. Mas a presistência é a chave! Seguimos! Até!


#escritatividade #lura10dias